Brinquedoteca





 A BRINCADEIRA E O DESENVOLVIMENTO DA IMAGINAÇÃO E DA CRIATIVIDADE


            Analisando o texto trabalhado em sala de aula, de Zilma Ramos de Oliveira, Educação Infantil: fundamentos e métodos -  A brincadeira e o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, no mesmo instante, identificamos que este assunto já foi abordado no texto de BARBOSA, S. L. Botelho, H. S., Jogos e Brincadeiras na  educação infantil, (2008. 34 f. Monografia - Graduação em Normal Superior - Centro Universitário de Lavras, Lavras, 2008), onde o mesmo apresenta algumas considerações sobre o jogo na concepção de Piaget, Vygotsky e Wallon e sua importância na educação infantil, destacando a necessidade destes para o desenvolvimento da criança, o qual transcreveremos abaixo:
            “O brincar da criança não pode ser considerado por uma atividade complementar a outras de natureza dita pedagógica, mas sim como atividade fundamental para a constituição de sua identidade cultural e de sua personalidade.
            Ao educador a tarefa de alimentar o imaginário infantil, de forma que as atividades das crianças se enriqueçam, tornando-se mais complexas pelas relações que vão se estabelecendo.
            Ao educador cabe, então, tendo em vista a compreensão e o conhecimento da evolução das crianças, pensar que tipo de atividade propor, tendo clareza de intenção, isto é, sabendo o que as crianças podem desenvolver com a atividade proposta. Um segundo ponto, também fundamental, é o encaminhamento da atividade, ou seja, a definição de como ela será realizada, prevendo a ocupação do espaço e o limite do tempo, de acordo com a natureza da própria atividade, permitindo a realização dos movimentos em sua amplitude.”
            Também relacionamos que o assunto sobre a “simbologia” encontra-se devidamente esclarecido no texto de Marina Célia Moraes Dias, no livro: JOGO, BRINQUEDO, BRINCADEIRA E A EDUCAÇÃO, Organizado por Tizuco Mochida Kishimoto (5ª edição, Editora Cortez, 2001, Capítulo II, páginas 45 a 56), onde ela descreve que “... No desenvolvimento das crianças, é evidente a transição de uma forma para outra através do jogo, que é a imaginação em ação. A criança precisa de tempo e de espaço para trabalhar a construção do real pelo exercício da fantasia.”




Lili vive no mundo do faz-de-conta.
            Faz de conta que isto é um avião, zum...
            Depois aterrizou em pique e virou trem
            Tuc, tuc, tuc,...
            Entrou pelo túnel chispando.
            Mas debaixo da mesa havia bandidos.
            Pum! Pum! Pum! Pum!
            O trem descarrilhou. E o mocinho? Meu Deus!
           
            No auge da confusão, levaram Lili para a cama a força.
            E o trem ficou tristemente derribado no chão,
            Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.
                                                                       Lili inventa o mundo
                                                                                  Mário Quintana



“A imaginação é um processo psicológico novo para as crianças; representa uma força especificamente humana de atividade consciente que não está presente na consciência das crianças muito pequenas e está ausente nos animais. Ela surge primeiro em forma de jogo, que é a imaginação em ação. (Vygotsky, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984).”


Ainda, transcrevendo o texto de Marina Célia Moraes Dias, ela afirma que: “Para Vygotsky, a imaginação em ação ou brinquedo é a primeira possibilidade de ação da criança numa esfera cognitiva que lhe permite ultrapassar a dimensão perceptiva motora do comportamento.

“Como todas as funções da consciência ela surge originalmente da ação. O velho adágio de que o brincar da criança é a imaginação em ação deve ser invertido: podemos dizer que a imaginação nos adolescentes e nos adultos é o brinquedo sem ação. (Vygotsky, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984).”


A autora citada acima, ainda relata em seu livro que:
            Para Piaget, também é a representação em atos, através do jogo simbólico, a primeira possibilidade de pensamento propriamente dito, marcando a passagem de uma inteligência sensório-motora, baseada nos cinco sentidos e na motricidade, para uma inteligência representativa pré-operatória (material e intuitiva) mediada por símbolos subjetivos, caminho para a construção da inteligência operatória mediada por signos históricos arbitrários.
            Assim, na criança, a imaginação criadora, surge em forma de jogo, instrumento primeiro de pensamento no enfrentamento da realidade. Jogo sensório-motor que se transforma em jogo simbólico, ampliando as possibilidades de ação e compreensão do mundo. O conhecimento deixa de estar preso ao aqui e agora, aos limites da mão, da boca e do olho e o mundo inteiro pode estar presente dentro do pensamento, uma vez que é possível “imaginá-lo”, representá-lo com o gesto no ar, no papel, nos materiais, com os sons, com palavras.
            ...O imaginário não se confunde com o real, ele é um instrumento para a compreensão e a tomada de consciência do real.
            A capacidade de simbolizar e de jogar com a realidade através da fantasia e dos próprios símbolos coletivamente estruturados – a linguagem verbal (oral e escrita), os mitos, a religião, a ciência – é que permite ao homem viver numa nova dimensão da realidade: o universo simbólico. É a representação/simbolização que possibilita a interiorização do mundo.
            Infelizmente, nossas crianças, na maioria das escolas, recebem regras prontas, não significações. Elas devem aceitá-las para poder se transformar num “bom adulto”. E o mesmo acontece com os professores.
            Segundo a autora, as ideias apresentadas no decorrer deste trabalho, poderão contribuir para a melhoria do trabalho pedagógico tanto nos cursos de formação do educador quanto no trabalho efetivo junto às crianças, e nós com certeza, absorvemos e aprendemos muito sobre a importância da imaginação, da criatividade e do simbolismo na formação das crianças.

Maura  Reis









Por ter sido aluna voluntária do Projeto da Brinquedoteca da Rede Metodista do Sul, durante 2 (dois) meses, tive a oportunidade de aprimorar conhecimentos teóricos sobre a importância de uma Brinquedoteca, sua finalidade e de como torna-se importante a atividade lúdica para o desenvolvimento integral de uma criança, pois através do brincar ela utiliza  o seu corpo, o próprio espaço, o movimento, o som, o contato com materiais diversos e o compartilhar com o outro, possibilitando a criação livre através dos brinquedos e das brincadeiras, orientadas por um facilitador, seja ele da área da Saúde ou da Educação.
Mas, sem sombra de dúvida, o artigo de Tânia Fortuna foi o mais completo sobre o assunto “brinquedoteca”, pois ele abrange todos os aspectos que são de suma importância para uma ótima utilização de uma brinquedoteca. Pois ela cita que:

“Por acreditarmos que o patrimônio lúdico é parte fundamental do patrimônio cultural da humanidade, devendo ser preservado, transmitido e (re)criado continuamente; por identificarmos na brincadeira uma importante dimensão humana através da qual o ser humano  pode se desenvolver e aprender, ao mesmo tempo em que pode resistir à crueldade do mundo e exercer a dignidade humana;  e, finalmente, por concebermos a brinquedoteca  como um lugar especial, capaz de garantir um tempo e um modo propício à brincadeira, consideramos indispensável e altamente meritório o debate sobre as brinquedotecas. “(FORTUNA, Tânia Ramos. Artigo pdf; Faculdade de Educação Universidade Federal do Rio Grande do Sul –Porto Alegre – Brasil)

            Nesse artigo a autora reafirma a importância de uma brinquedoteca, sua definição, alguns problemas enfrentados pelas brinquedotecas, a importância da formação dos profissionais que atuarão numa brinquedoteca, incluindo desde os funcionários que trabalham com a limpeza, pois para manter os brinquedos, o cuidado com a limpeza é muito importante. Enfim, acredito que o artigo citado é completo quando se trata de como montar, utilizar,  organizar e manter uma brinquedoteca, ressaltando a finalidade da mesma.

 Maura Reis dos Santos

Por ter lido muitos textos sobre a brinquedoteca, em função do blog, posso dizer que o artigo da Tânia Fortuna certamente é o mais completo e o mais claro. Poderia até recomendar o artigo, para quem ainda não obteve nitidez ou para quem gostaria de acrescentar em sua leitura. A autora cita maneiras de como deixar uma brinquedoteca ideal, limpa, organizada, e com espaços padrões para os visitantes, exemplo: uma área externa com equipamentos lúdicos de pátio, mesas e cadeiras adequadas à estatura e ao número de visitantes, controle e registro de movimentação de brinquedos caso houver empréstimos, pessoas e momento adequado para a manutenção ou criação de brinquedos ou jogos.
Ela descreve como uma brinquedoteca hospitalar é importante e que o hospital pode sim ser um lugar descontraído com música, e risadas. “A brinquedoteca não é apenas aonde se brinca ou onde estão os brinquedos, mas também onde se estimula a brincadeira.” A brinquedoteca deve ser um lugar onde seus visitantes se sintam acolhidos, à vontade para brincar, acentuando a importância de favorecer o ato de brincar.

Thayná D'Avila  Rodrigueiro





http://www.ufrgs.br/faced/extensao/brincar/, link da biblioteca virtual da UFRGS.
http://www.abrinquedoteca.com.br/integra/hacia_modelo_ludotecas_para_AL.pdf , link do artigo da Tânia Fortuna, que está na biblioteca virtual da UFRGS.

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